Mitologia Hindu I

A Mitologia Hindu é das mais antigas no mundo, está fundada nos Vedas que são os livros sagrados dos hinduísmo. No seu panteão podemos encontrar deuses, semideuses, seres celestiais, anjos, demónios, vampiros e também histórias e lendas que têm muito para nos ensinar.

Ganesha é uma das divindades mais conhecidas e veneradas. É também chamado de Ganapati, Vighnesvara, Vinayaka ou Gajanana. Muitas vezes o seu nome é precedido de “Shri“, um tratamento respeitoso utilizado para mestres e sábios.

Ganesha é considerado o removedor dos obstáculos, proporcionador do sucesso e da abundância, mestre do intelecto, da sabedoria e chefe do exército celestial. É encontrado na porta de todos os templos hindus e na porta das casas das famílias como o protetor. É geralmente representado na cor amarela ou vermelha, de corpo humano, com uma grande barriga, quatro braços (o número pode variar), cabeça de elefante com uma única presa, e aos seus pés tem um rato. É filho de Shiva e Parvati.

Diz uma antiga lenda que Ganesha, famoso por o seu grande apetite, uma vez foi a um banquete e comeu imensos ladoos (bolinhos fritos servidos com calda de açúcar e cardamomo). Comeu tantos que não se conseguiu manter de pé, perdeu o equilíbrio e caiu. A barriga rebentou deixando sair todos os ladoos. Isto aconteceu durante a noite, tendo apenas a Lua por testemunha, que achou muita graça. Irritado Ganesha amaldiçoou a Lua e expulsou-a do universo. Mas o mundo lamentou a sua falta. Os Deuses reuniram-se e pediram a Shiva, pai de Ganesha que mandasse o filho perdoar a Lua. Esta também pediu desculpa e Ganesha mudou a maldição: a Lua teria de ficar invisível uma vez por mês, parcialmente visível o resto do mês e só aparecer cheia, em todo o seu esplendor, por uma noite.

Moral da história: Nunca nos devemos rir dos problemas ou imperfeições dos outros. É indelicado e sinal de desrespeito.

Quando olhamos para uma estatueta de Ganesha tudo o que vemos tem um sentido, uma lição de vida.

Grande cabeça de elefante – para pensar muito;

Tromba – símbolo do poder de discernimento; capacidade de discernir entre o certo e o errado;

Grandes orelhas e boca pequena – para escutar o outro com muita atenção e não falar em demasia;

Olhos pequenos – simbolizam o poder de concentração

Grande barriga – simboliza a paciência e a capacidade de digerir o bom e o mau ao longo da vida;

Apenas uma presa – Ganesha tem apenas uma das presas, pois a outra foi partida; a presa única representa a ideia dos sacrifícios que devem ser feitos para se atingir a felicidade;

Uma das mãos segura um machado – o machado simboliza a capacidade de controlar a mente e de eliminar os apegos, a capacidade de cortar os obstáculos;

Mão aberta – com esta mão Ganesha abençoa os seu devotos;

Uma corda numa das mãos, geralmente com uma flor de lótus ao lado – levar os devotos a alcançar objetivos mais elevados

Modak – numa das mãos Ganesha segura uma doce indiano (Modak), representa o lado doce da vida

Posição das pernas – um pé no chão e outro no ar; o pé no chão é a parte que lida com o mundo e o pé que está no ar simboliza a conexão com o Ser; aquele que vive no mundo sem perder a visão do Todo;

Junto aos pés um rato – este é o meio de transporte do Ganesha, que também representa a sabedoria, talento e inteligência, no sentido de investigar minuciosamente um assunto considerado difícil;