Em tempos um ladrão quis começar a praticar Yoga. Procurou um mestre para o orientar e explicou-lhe que queria começar a praticar, mas que era ladrão, bêbado e mentiroso. O mestre começou por lhe explicar que existiam os yamas e niyamas, e que ele deveria começar a sua prática por aí.
O ladrão saiu da primeira aula muito consternado, e começou a pensar em como poderia satisfazer o pedido do mestre. Pensativo disse para si: ” deixar de roubar não posso, porque é o meu ganha pão e é assim que sustento a minha família, sendo assim asteya está fora de questão. Beber é o meu único momento de lazer, e por isso não quero deixar…lá se vão sauchan e tapas. Já sei, vou parar de mentir que é o mais fácil. Vou começar por praticar satya.
Naquela noite o ladrão resolveu assaltar o palácio do Rei. Saltou o muro do palácio e deu de caras com o Rei, que lhe perguntou: ” O que faz aqui?”
O ladrão, que tinha decidido não mentir disse: ” Venho roubar o tesouro do Rei. E você quem é?”
O Rei pensou por instantes e resolveu dizer: “Eu também sou um ladrão e estou aqui para assaltar o Rei. O que acha de fazermos isto juntos e dividirmos pelos dois? Eu já tenho as chaves da sala do tesouro.”
O ladrão concordou e os dois seguiram juntos para a sala do tesouro. Dividiram tudo o que encontraram, exceto um diamante que o Rei deixou propositadamente para trás. Quando se despediram, o Rei resolveu perguntar ao ladrão onde é que ele morava para se poderem encontrar e fazer mais trabalhos juntos. O ladrão, para manter a sua decisão de não mentir deu a morada correta ao Rei.
Assim que o Ladrão se foi embora o Rei correu atrás do seu secretário e informou-o do assalto. Entregou-lhe a morada do ladrão e ordenou que enviasse a guarda real até lá. Depois pediu-lhe que fosse verificar o local do roubo para saber se tinha sobrado alguma coisa.
O secretário foi e encontrou o diamante que o Rei tinha deixado para trás. Guardou-o no bolso e voltou à presença do Rei e comunicou-lhe: “Não sobrou nada na sala do Tesouro, majestade.” O rei percebeu que o secretário não era de confiança e demitiu-o.
Entretanto a guarda Real chegou com o ladrão, que muito zangado gritava:” E eu é que sou conhecido por ser mentiroso”. O Rei olhou para o ladrão e disse: “Por causa da tua sinceridade quero nomear-te meu secretário.”
Assim o ladrão passou a ter um profissão, deixou de roubar e deixou de beber pois encontrou outros prazeres.
Moral da história, bastou um pequena mudança para que toda a vida do ladrão se alterasse. Mesmo quando escolhemos apenas um dos yamas ou niyamas para praticar os outros acabarão por acontecer.
É importante também perceber que às vezes fazer uma pequena mudança na nossa vida é mais eficaz do que tentar fazer muitas e grandes mudanças. Primeiro porque uma pequena mudança pode ser muito fácil de concretizar ao contrário de grandes mudanças. Depois porque como tudo está sempre interligado, uma pequena mudança irá certamente beneficiar outras áreas da nossa vida.
