De todos o yamas, brahmacharya é talvez o mais incompreendido e o mais temido pelos ocidentais. Normalmente é traduzido como celibato, e interpretado como sendo a supressão da sexualidade. Mas não deve ser visto dessa forma.
Todas as tradições espirituais e religiões lutam com o dilema de como usar a energia sexual com sabedoria. No Yoga, assim como em muitas outras filosofias, considera-se a sexualidade uma força muito poderosa e preciosa. Esta força, deve ser usada em prol do nosso desenvolvimento interior.
Praticar brahmacharya significa que usamos a nossa energia sexual para regenerar a nossa conexão com nosso eu espiritual. Também significa que não usamos essa energia de forma que possa prejudicar outra pessoa. Se pensarmos bem, não é preciso muito para reconhecer que manipular e usar outras pessoas sexualmente cria uma série de sentimentos maus, como dor, ciúme, apego, ressentimento e ódio.
Pode ser mais fácil entender brahmacharya se removermos a designação sexual e olharmos para ela puramente como energia. Brahmacharya significa fundir a nossa energia com o divino, reconhecer que a nossa energia de vida é preciosa, uma dádiva, e que devemos canalizar essa energia para o autoconhecimento. Então, quando a nossa energia, seja ela qual for, não é bem dirigida ou é mal gasta estamos a ir contra este yama.
E o que é que significa gastar bem ou dirigir bem a energia? Significa que devemos ter moderação, equilíbrio. Se pensarmos nas nossas necessidades básicas (comida, sono, sexo e auto preservação), percebemos que moderação é a palavra chave que deve nos deve guiar, para que tenhamos saúde, qualidade de vida e paz de espírito.
Na prática de Yoga cultivar brahmacharya significa obter mais energia do que aquela que despendemos. Procuramos não ultrapassar as nossas capacidades físicas, mantermo-nos atentos para não cansar ou diminuir os efeitos das técnicas.